O PREÇO DA QUEDA
Após muito sofrer , finalmente a menina nasceu. Lúcia pensou:'' agora redobrou'' o sofrimento e ela resolveu por fim a vida da pequena garotinha. Levantou a criança de um mês apenas , acima da sua cabeça e quando se preparava para jogar no calçamento , o bebe falou:
" Ai meu Deus''.
Lúcia assustou-se. Uma criançinha falar com apenas um mês de vida!
O tempo passou .A história se repetia. Era sempre a mesma conversa, com relação ao choro do bebe. As senhoras não queriam ouvir choro de criança.
Mais uma vez . Lucia tentou matar a garotinha , colocando chumbinho na mamadeira. Mas uma vez , houve a interferência Divina , pois garota prendeu os lábios e o bico da mamadeira não entrou na boca.
Assustada , Lúcia desistiu. Morava em baixo do viaduto e seus vizinhos '' moradores de rua'' a ajudava no que podiam. Aquelas pessoas socialmente invisíveis, sabiam como era difícil a vida de Lúcia. Começou a nova etapa ou o segundo calvário , que era trabalhar e controlar o choro da criança, para não perder o emprego, afinal de contas conseguira construir um barraco de papelão , no lixão de Muribeca.
Naquele momento , ela tinha para onde voltar, depois de um dia de trabalho. A garotinha aprendera a chorar colocando a mãozinha na boca ,para não incomodar a patroa da sua mãe. Parece incrível mas ela entendia o que sua mãe passava e cooperava. Mas aquela alegria de seis meses estava com os dias contados.
Trabalhando agora numa Republica de jovens estudantes Universitários . Lúcia recebeu a notificação que sua pobre moradia ia ser derrubada. Nada mais surpreendia a jovem que foi despedir-se do Líder daquela Republica. O rapaz a ouviu e a convidou para ficar naquela casa trabalhando para ele, pois era um jovem rico. Os outros fundaram outra republica e saíram da casa.
Quando a garota queria chorar que colocava a mão na boca , ele dizia:
''Chore querida. Chore bem alto , aqui você pode''.''Esta casa é sua . Chore e grite'' Eu quero ouvir''.
Passou o tempo e aquela convivência foi ficando , a cada dia mais forte e ao completar um ano, aquele moço , estudante de Engenharia pediu a jovem em casamento, mesmo enfrentando a desaprovação da família.
Quando a conheci , ela já estava casada com ele a dois anos. Terminei o trabalho contratado e ela se foi. Nunca mais a vi , mas ficou a história na minha cabeça a sua imagem no meu coração e essa lição de uma vida que entrou e caiu na tentação.
A queda lhe custou muitas lagrimas e decepções. Lúcia pagou um alto preço , mas agora recuperada , recebeu de mim o conselho de voltar para Jesus e a lembrança de que Ele não a deixara sozinha em nenhum momento. Até mesmo o jovem engenheiro que a assumiu somente a tocou um ano depois ,quando casou-se.
Lúcia não foi a primeira e não será a ultima , mas ficou a lição de vida nesse seu preço da queda. Temos que vigiar.